ILUSTRAÇÃO DO TEMA CULTURAL
SIMBOLO DE PAZ
A Arca de Noé era, segundo a religião abraâmica, um grande navio construído por Noé (o único homem justo) a mando de Deus, para salvar a sua família e um casal de cada espécie de animais e aves do mundo, antes do Grande Dilúvio.
Conta-nos o livro de Génesis, no Cap.8 que decorridos quarenta dias, Noé abriu a janela que tinha feito na arca e libertou uma pomba a fim de verificar se as águas tinham diminuído à superfície da terra. Verificou que, quando a pomba regressou trazia no bico uma folha verde de oliveira (na imagem representada como folha de Ginko). Noé soube, então, que as águas sobre a terra tinham baixado.
Esta imagem simboliza o fim da história do Dilúvio e o inicio da Bonança, Serenidade e Paz.
Em voo a pomba representa o Mensageiro da Paz.
A imagem procura sugerir o sentido de unidade na diversidade e a construção comum, semear em conjunto para construir um mundo melhor. As três pombas representam o trabalho conjunto.
O Papa Francisco na Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai” refere que: “Àqueles que cuidam de semear a paz serão chamados filhos de Deus”, Procuremos aquilo que leva à paz, porque a unidade é superior ao conflito [2].
FOLHA DE GINKGO
A semente, na imagem representada pela Folha de Ginkgo, simboliza a ligação a Ana Maria Javouhey, também ela obreira da Paz. (Evangelização, Educação, libertação dos escravos…)
As intuições proféticas de Ana Maria Javouhey, a sua pedagogia, as suas iniciativas audaciosas, a sua capacidade criativa, brotam da sua confiança inquebrantável em Deus e da certeza do Seu apelo. Nela a ação de graças brota em todas as circunstâncias. O Papa Pio XII proclama-a Bem-aventurada.
LUZ – ESPÍRITO SANTO
A luz nova que irradia sobre a terra representa o Amor desmedido e gratuito do Pai e do Filho, pela ação do Espírito Santo.
No Evangelho de São Mateus (Mt. 3 16-17) podemos ler: “Uma vez baptizado, Jesus saiu da água e eis que se rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado.»”
PLANETA
A imagem do planeta, Poliedro [3],representa o lugar onde vivemos: assimétrico, heterogéneo, inconstante, instável, mutável, desequilibrado, injusto, parcial, áspero. Representa um mundo onde o pecado se manifesta com toda a sua força de destruição, nas guerras, nas várias formas de violência e abuso, no abandono dos mais frágeis, nos ataques contra a natureza.
A relação entre o homem e a natureza vive a dicotomia: Soberba/Humildade; Avareza/Generosidade; Luxúria/Castidade; Ira/Paciência; Gula/Temperança; Inveja/Caridade; Preguiça/Diligência.
As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental.
Se por um lado, a ciência comprova a necessidade de preservação do meio ambiente, por outro lado, a ambição, o desejo, a usura do homem tem beneficiado da mesma ciência para o absorver, consumir e esgotar os recursos naturais: terra, água e ar e tirar a vida a milhares de animais.
Perante a escassez destes recursos é previsível que se vá criando um cenário favorável a novas guerras…
O desenho sugere uma reconstrução, e aporta-nos à imagem de uma “Nova Arca de Noé” [4]onde vive a Esperança, a Fé e o Amor.
O Papa Francisco, na Carta Encíclica Laudato Si, apela ao urgente desafio de proteger a nossa casa comum, o que inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral.
A COR
A cor[5] transmite mensagens e desencadeia emoções, modifica comportamentos, estados de humor e altera o funcionamento do organismo, atua portanto, sobre as emoções dos indivíduos [6].
Na ilustração a conjugação de cores quentes e frias remete-nos para a complementaridade. Neste contexto, dependem umas das outras e concorrem para conformar, conciliar e formar de novo ou novas cores.
Apesar dos avanços tecnológicos não conseguimos ser independentes dos recursos naturais, só nos completamos se estivermos em harmonia com a natureza e com o que ela nos oferece.
O amarelo, quente, estimulante e luminoso que aproxima; O laranja que entusiasma, transmite energia, calor e força; o verde que confere bem estar, tranquilidade e frescura; O azul que nos convoca à fé, confiança, integridade, delicadeza, pureza e paz; O violeta que sugere proximidade e espiritualidade.
OPÇÃO ESTÉTICA – ORIGAMI
Arte Japonesa de dobrar o papel, criando representações com dobras geométricas, sem cortar ou destruir. Dobrar significa dar forma, criar, construir, tornar mais forte, virar, transformar.
Notas:
[1] Representa o castigo por causa da perversidade humana. Os pecados do Homem
[2] 15Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. 16Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. 17Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; 18e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz. (Tg 3 15-18)
[3] Grego Polyedra, (poly – muitas) + (hedra – faces)
[4] Depois dum tempo de confiança irracional no progresso e nas capacidades humanas, uma parte da sociedade está a entrar numa etapa de maior consciencialização. Nota-se uma crescente sensibilidade relativamente ao meio ambiente e ao cuidado da natureza, e cresce uma sincera e sentida preocupação pelo que está a acontecer ao nosso planeta.
[5] Newton – a cor era puramente um fenómeno físico – A cor é uma sensação visual, uma onda luminosa, um raio de luz branca que atravessa nossos olhos. Não tem existência material, trata-se apenas de sensação produzida por certas organizações nervosas sob a luz condicionada a faculdade da visão na relação olho e luz.
[6] Para Goethe, a cor era um fenómeno que existia além da Física, agregando a esta a influência da fisiologia e da cultura humana na percepção visual cromática.