JORNAL CRSI

EDITORIAL Marta Nina

Um ano depois

Passou um ano. Um ano desde que as nossas vidas foram viradas completamente do avesso por uma pandemia que nenhum de nós poderia antecipar ou prevenir. Um ano desde que tudo o que parecia certo e seguro se tornou de repente um ponto de interrogação.

Após umas semanas iniciais de incredulidade e de um certo otimismo, percebemos que a desordem chegara para ficar. Instalou-se o caos e pusemos todos as mãos à cabeça: e agora? O que fazemos? Tudo parecia irrevogavelmente perdido.

Mas uma coisa não sabíamos:

Nós somos resilientes. Somos corajosos, criativos e perseverantes e, por isso, à semelhança de milhões de pessoas no mundo inteiro, reinventámo-nos. Esta capacidade de reinvenção estava certamente adormecida dentro de cada um de nós, como um instinto primordial passado de geração em geração para enfrentar situações adversas. Quando deparados com esta pandemia, ela surgiu, lado a lado com uma esperança inabalável num futuro melhor. Foi-nos apresentada uma situação impossível e fizemos o melhor dela. Quebrámos barreiras impostas pela distância, pelo inesperado e pelo desânimo.

E o que nos fica deste ano? Em primeiro lugar, penso ser inegável que todos polimos as nossas skills tecnológicas. Para além disso, diria que ficou um conhecimento de que somos mais resilientes do que alguma vez pensámos. Uma confiança renovada em saber que qualquer que seja o obstáculo aterrador, o enfrentaremos sem temor. Sobretudo, fica-nos a certeza de que os laços que nos unem são verdadeiramente inquebráveis e de que juntos somos, mesmo, mais fortes. Os tempos difíceis podem levantar questões e turvar crenças, mas tornam o amor claro como cristal. Nunca foi tão fácil definir o que realmente importa, e é esta a certeza inesperada que retiramos deste ano.

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