Colégio Rainha Santa Isabel forma pessoas para a vida
Noticia CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS – 1 de julho 2021
LINO VINHAL
O edifício que vemos ao cimo da colina, à direita, vai fazer 80 anos. A 4 de Julho próximo. Construído de raiz para esse fim, é hoje a casa de uma das grandes Escolas portuguesas e um dos Colégios privados de maior prestígio e de maior confiança do universo formativo português. Prestígio que lhe advém, é verdade, dos resultados que consegue, ano após ano, sempre no lugar cimeiro das melhores notas nos exames nacionais, mas de maior confiança também e sobretudo pela filosofia de ensino que ministra, focando, para além do aluno, a pessoa e o ser íntegro que quer que esse aluno seja vida fora. Chama-se Colégio da Rainha Santa Isabel, de Coimbra…
… Já mais recuperado das perturbações que a República trouxera no seu início ao expulsar as Ordens religiosas, funcionava o Colégio Rainha Santa no Convento dos Trinitários, na Alta Universitária, como arrendatário, quando em 1934 é informado dos planos do Governo em ampliar a Universidade, pelo que teria de deixar vagas as instalações que ocupava. Não terá sido pequeno o sobressalto, tanto mais que as vicissitudes que se haviam seguido à implantação da República, vinte e poucos anos antes, estavam ainda muito presentes na mente das Irmãs de S. José de Cluny, responsáveis pelo Colégio e que agora se perguntavam onde e como reinstalar a acção educativa e missionária que era a sua razão de ser enquanto instituição e a razão de estar também em Coimbra. Dirigia o Colégio nessa altura, vinda de Roma quatro anos antes, a Madre Maria de Jesus Vila Real que de imediato inicia uma busca intensa à procura de novo espaço onde pudesse construir um edifício de raiz que fosse berço e casa do colégio do futuro. Andava ela, andavam todas as irmãs e a Congregação no seu todo com esta ansiedade do novo espaço, quando a Madre Maria de Jesus, de uma das janelas sobranceiras das instalações da Alta, de onde tanta gostava de ver o lado o seu olhar sobre o pequeno outeiro que à sua frente, ladeando a então Estrada da Beira e encostado à cerca como sossegado, próximo da cidade e com boa vizinhança. Decidida e diligente, assume da Congregação pedir ajuda celestial e recupera de si própria a indómita vontade de trabalhar pelos seus objectivos, confiada que a natureza, ancorada nas divindades que lhe moldavam o carácter, a não deixariam sozinha em tão difícil tarefa. Tanto mais que duas dificuldades de vulto se lhe depararam logo à partida: os proprietários do terreno não o queriam vender e o próprio Seminário não via com bons olhos um colégio então feminino, ainda que religioso, nas suas imediações.
Anos de ansiedade e trabalho imenso
São quatro/cinco intermináveis anos de trabalho na angariação de fundos por parte de toda a Congregação onde quer que fosse que estivesse implantada, de negociações locais, de preparação de projectos. Quatro anos difíceis, trabalhosos, mas sempre de esperança renovada. E eis que….
… a 4 de Julho de 1939, pelas 18 horas, se inicia a cerimónia de lançamento da primeira pedra do que viria a ser, e é ainda hoje, 80 anos decorridos, o Colégio da Rainha Santa Isabel. Era presidente da Câmara Municipal de Coimbra Ferrand Pimentel de Almeida e autor do projecto o Eng. Manuel de Abreu Castelo Branco. Projecto que correspondia, então e por inteiro, às mais modernas exigências pedagógicas e educativas. De tal forma que, apesar das adaptações e algumas construções subsequentes exigidas pela necessidade de adaptação aos tempos de cada tempo, o Colégio conserva ainda hoje, como se recente fosse, toda a imponência da construção e localização, a amplitude das salas de aula e recreios funcionais. Em 41/42, as aulas começam no novo edifício, Ainda que alguns trabalhos finais ainda decorressem. Dois anos foi o tempo decorrido, o trabalho foi de muitos, o espírito empreendedor partia sobretudo da Madre Maria de Jesus, continuado pelas suas sucessoras no acabamento das obras, no pagamento das dívidas, progressão que não vacila na formação escolar e cristã da instituição.
Projecto educacional e educativo adequado ao tempo de cada geração é o lema assumido pela directora Irmã Maria da Glória
Assentando sempre na seiva filosófica da Congregação instituidora, exigente no ensino mas cultivadora da excelência e da dignidade da pessoa, como o ser mais importante do Universo, o Colégio há muitos anos que se vem afirmando em Coimbra e no país até no estrangeiro perante instituições mundiais, como por exemplo a Unesco, como uma entidade que tem um espirito próprio, uma razão de ser singular, um caminho muito definido a percorrer, uma função a cumprir, levando sempre pela mão as crianças e jovens cujas familias lhe confiaram, ao colégio, parte substancial da sua orientação de vida e do seu rumo profissional.